Os segredos do sucesso da Zara

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– O êxito da Zara deve-se a dois elementos muito simples: dar aos clientes aquilo que eles querem, e depressa.
– Há quase 2 mil lojas Zara em todo o mundo.
– À Inditex pertencem também marcas como Stradivarius, Bershka, Pull & Bear, Massimo Dutti, Uterque e Oysho, para além da Zara Home, claro.
– Há dois modelos de produção: o tradicional parte do desenho das peças para a produção, daí para as lojas e para os clientes. O modelo Inditex começa nos clientes, depois ouve as lojas, daí parte para os desenhadores de tendências, e depois para a produção.
– A primeira loja do criador da Zara chamava-se Goa. A primeira coisa que fabricaram foi uma alcofa para bebés, mas Ortega percebeu que as suas clientes ficavam de olhos esquecidos nos robes de outra loja e decide fazê-los também. Inovação: fixou o preço não segundo os custos de confeção, mas segundo a quantidade de peças que pretendiam vender. Além disso, tinham um bom corte e entregas rápidas.
– A primeira loja Zara abriu em 1971. Ficou Zara, porque o nome escolhido, Zorba, já estava tomado.
– Ainda hoje, o enorme quartel general da Inditex fica na Corunha, no sítio onde nasceu a primeira Zara. Propuseram a Ortega levar a companhia para a Holanda, mas desta vez o coração falou mais alto que o lucro.
– A princípio, a produção era assegurada por cooperativas de mulheres galegas. Isso assegurava mão de obra a preços competitivos à porta da fábrica. Hoje são ainda muitas as mulheres que trabalham para a Inditex em manufacturas, mas a produção está a desviar-se cada vez mais para os países em desenvolvimento, onde os custos são menores: uma operária recebe na Galiza quase cinco vezes mais do que uma em Marrocos...
– O trabalho que é feito nas manufacturas é a junção das peças previamente cortadas, que não pode ser feito por máquinas. Quando as peças estão montadas, voltam aos armazéns para engomar, empacotar e etiquetar.
– O sistema de produção tradicional precisa de mais de 300 dias desde o desenho de um modelo até que chegue às lojas, o que resulta em duas coleções fixas por ano. O modelo Zara parte de uma coleção fixa de básicos (60%). Os restantes 40-50% são peças de oportunidade, substituídas de quinze em quinze dias ou mesmo duas vezes por semana: a rapidez de produção e distribuição faz com que seja possível disponibilizar peças novas ou ‘emendar a mão’ numa coleção.
– Existem ‘laboratórios’ ou ‘lojas-piloto’ onde os modelos, antes de chegarem às lojas, são ‘testados’ milimetricamente.
– Como saber o que as pessoas querem? Vendo e ouvindo. Há ‘olheiros’ espalhados pelos países criadores de tendências – Itália, França, Japão e Estados Unidos – que vão às passerelles, estudam tendências, visitam as lojas da concorrência. Mas, mais importante que tudo, sentam-se nas ruas mais movimentadas para verem o que o público-alvo tem vestido.
– A Zara também está em contacto com aquilo que as clientes de cada loja preferem: sabe o que as mulheres vestem em cada bairro de Paris ou Lisboa. Assim, coloca ou retira peças consoante a aceitação das clientes.
– Os ‘designers’ da Zara criam em média três peças de roupa por dia. Apesar de ser uma marca ‘fast-fashion’, não se limitam a ‘copiar’ o que veem nas passerelles. Conseguem recriar as peças e dar-lhes um ar de moda.
– Os armazéns são altamente computorizados. Há uma máquina com capacidade para empacotar e distribuir oitenta mil peças por hora.
– Um dos segredos é a ‘Regra das 48 horas’: ou seja, nenhum produto pode levar mais de 48 horas a chegar às lojas.de todo o mundo.
– 51% da produção total é feita em Espanha, Portugal e Marrocos, e o resto no resto do mundo…